Perfis das Gerações: gerações Baby Boomers, X, Y, Z e Alpha
Gerações são espaços de tempo conectados com a política, os fatos históricos, cultura e tendências de seu tempo. É imprescindível para as empresas acompanhar e entender as gerações e suas respectivas características e necessidades. Essa importância aumenta quando levamos em conta que as mudanças comportamentais dos consumidores devem ser levadas em conta para o marketing dessas empresas, uma vez que é preciso acompanhar as mudanças tecnológicas, sociais e econômicas para se manter relevante.
Atualmente, as gerações as quais os jovens pertencem (Geração Y/ Millennials e Gerações Z) são as mais visadas e analisadas pelas empresas, mas sem perder de vista as gerações “antigas” (Baby Boomers e Geração X). A importância dessas gerações anteriores não está só no fator econômico, mas também em sua influência sobre a geração atual. Traçando um paralelo entre as gerações é possível encontrar semelhanças entre elas. Os Baby Boomers e a Geração X, por exemplo, tem como fator comum o ideal libertário balanceado com a busca por estabilidade. Outro exemplo são os Millennials e a Geração Z, que cresceram com a tecnologia e um mundo globalizado e tendem a se preocupar com questões sociais.
Os Baby Boomers nasceram entre 1940 e 1950. Foram criados com uma formação muito disciplinada e valores mais rígidos, fator que tornou essa geração mais focada no trabalho e no crescimento pessoal, determinada, respeitosa, conservadora e tradicional. Apesar disso, tinham o desejo de revolução e, movidos por esse ideal, foram os responsáveis por questionar o papel da mulher na sociedade, a rigidez da família e da sociedade, as guerras e a situação política, fizeram grandes revoluções e mudaram o mundo. Esse espírito revolucionário deu origem a movimentos que tinham como força comum a insatisfação com política, religião, condições sociais e condições de trabalho.
A Geração X nasceu entre 1960 e 1970. Nasceram em um mundo de privação financeira e, por isso, teve que aprender a consumir, uma vez que queria muitas coisas e nem sempre tinha recursos para isso. A também chamada “Geração Coca-Cola” recebeu como herança da geração anterior o ceticismo em instituições, como a política e família, ambição e busca pela própria liberdade e conforto. Graças ao desenvolvimento da tecnologia e das comunicações, tiveram acesso à informação mais rapidamente e se tornaram mais globalizados. Essa globalização permitiu que novas tribos surgissem a partir da explosão cultural britânica, a qual a música passou a representar a voz dos jovens e, através dela, as ideologias alcançavam o maior número de pessoas em menos tempo, sem importar onde estivessem.
A Geração Y, também conhecida como Millennials, nasceu entre 1980 e 1990. Cresceram em um ambiente globalizado, com tecnologia e sem revoluções, o que possibilitou um mundo mais fácil. Por causa disso, a Geração Y teve o que quis desde que nasceu, sem precisar conquistar sua liberdade e já possuindo a possibilidade de consumo, dada pelos pais. Ainda assim, os Millennials são competitivos e precisam de novos estímulos, o que os leva a fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Eles buscam o equilíbrio entre corpo, mente e espírito, além da satisfação pessoal, esperando que a vida seja rápida, fácil e divertida. Essa geração é contra o conservadorismo e adotam uma postura neoliberal com a política, cultura e economia, a qual tudo é legal. Viveram o início da liberdade moderna, o qual comportamento humano e a tecnologia se unem e as pessoas têm mais acesso à informação e conhecimento.
A Geração Z começou por volta de 1995 e, para alguns estudiosos, foi até 2010, enquanto, para outros, dura até hoje. Também chamados de GenZ, nasceram com a internet já consolidada e, por isso, são chamados de nativos digitais. Além disso, a marca dessa geração são as possibilidades de acesso à tecnologia, como televisão, computador, videogame e telefone. São multitasking e conseguem focar sua atenção em cinco telas ao mesmo tempo. Essa geração é capaz de pegar conteúdos úteis e misturá-los de forma significativa, questionando os meios de informação que usa, unindo as redes sociais tradicionais com as da atualidade. Ligado a isso, vivem em um mundo em que a quem não compartilha seus gostos e suas descobertas é excluído e considerado “preso no passado”. Essa geração também é caracterizada pela negação de estereótipos e rótulos para si, sendo “fluídos” e mutáveis quanto aos seus desejos e definições. Apesar disso, a Geração Z é cheia de contradições, pois, quando se pensa em redes sociais e na “cultura do cancelamento”, essa possibilidade de mudanças de opiniões é, em alguns momentos, esquecida e só se leva em conta o que já foi publicado.
Apesar da conexão clara com os Millennials, os jovens da Geração Z também apresentam pontos em comum com seus pais, em geral pertencentes a Geração X. A busca por estabilidade e o desejo pela formação de uma família faz com que pessoas entre os que nascem a partir de 1995 compartilhem alguns valores com seus pais. Esse comportamento faz com que a GenZ não seja a “sucessora” da Geração Y, mas sim uma combinação da Geração X e da Y, vivendo intensamente o ambiente virtual, buscando resultados imediatos, lutando por mudanças e querendo posicionamentos.
Mesmo com o foco voltado aos Millennials e a GenZ, as empresas e pesquisadores já começaram a estudar e analisar formas de, futuramente, se comunicar com a Geração Alpha (de até 10 anos). Ainda não estão no mercado de consumo, mas já se sabe que a tecnologia estará ainda mais integrada ao seu cotidiano, sendo, possivelmente, protagonista do início de uma relação afetiva entre seres humanos e máquinas.
Com a constante atualização de comportamentos e tecnologias, novas gerações poderão surgir em um espaço de tempo cada vez menor e as empresas terão de se adaptar a essas mudanças cada vez mais rápido para manter sua relevância, tanto para o mercado quanto para os consumidores.